Psicoterapia Familiar
A família é a base do desenvolvimento humano. É na família que se constituem os primeiros vínculos afectivos, é na família se forma o sujeito psíquico.
A presença de relações familiares estruturantes e contentoras permite que os seus membros se sintam confortáveis, amados e seguros, promovendo o crescimento e a evolução harmoniosa de cada um deles. Pelo contrário, uma família em crise deixa de conseguir cumprir a sua função de proteção e apoio, impossibilitando o desenvolvimento saudável dos seus elementos.
Todas as famílias passam por dificuldades ao longo da sua história, relacionadas com acontecimentos de vida (por ex., a vivência de uma perda e luto), ou com fases da evolução da própria família (por ex., a adolescência dos filhos) ou ainda ligadas ao funcionamento psicológico daquela família em particular (por ex., uma dinâmica familiar marcada pelo abandono ou pela violência).
É nessas situações de sofrimento psicológico que se torna particularmente importante pensar as relações familiares. A terapia familiar oferece esse espaço de reflexão onde a família pode compreender e transformar o sofrimento que afeta inevitavelmente todos os seus membros. Muito embora os elementos da família sejam acolhidos na sua experiência subjectiva individual, é igualmente importante ajudá-los a perceber o seu contributo para a dinâmica relacional que se cria no seio daquela família, até mesmo quando apenas um dos seus membros é identificado como a “fonte dos problemas”.
A terapia familiar trabalha com famílias nas suas diferentes configurações – famílias com filhos biológicos ou adotados, famílias heterossexuais ou homossexuais, famílias monoparentais, famílias reconstituídas, etc. – que se debatem com problemas relacionais de natureza diversa, e tanto pode envolver todos os membros da família como apenas alguns dos seus elementos.
A terapia familiar está indicada em diversas situações:
- dificuldades com educação e crescimento dos filhos, da infância até à vida adulta
- situações de adopção
- conflitualidade e violência na família
- dificuldades de comunicação e compreensão entre os elementos da família
- dificuldades em famílias reconstituídas, nomeadamente situações onde os elementos do casal já têm filhos de relações anteriores
- processos de perda e luto no seio da família
- adaptação à doença, física ou mental, de um dos elementos da família
- suicídio ou tentativa de suicídio
- alcoolismo, toxicodependência ou outras dependências de um ou mais elementos da família
As sessões de terapia familiar têm uma duração de 60 minutos e habitualmente uma frequência semanal. A duração do processo psicoterapêutico dependerá dos objectivos, necessidades e motivações de cada família, sendo algo discutido e definido pelo terapeuta e pelos membros da família, em conjunto, ao longo das consultas.